Mostrando postagens com marcador Cecilia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cecilia. Mostrar todas as postagens

2011/06/28

Depois do sol...






Fez-se noite com tal mistério,

Tão sem rumor, tão devagar,
Que o crepúsculo é como um luar
Iluminando um cemitério . . .

Tudo imóvel . . . Serenidades . . .

Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!

Oh! Paisagens minhas de antanho . . .

Velhas, velhas . . . Nem vivem mais . . .
— As nuvens passam desiguais,
Com sonolência de rebanho . . .

Seres e coisas vão-se embora . . .

E, na auréola triste do luar,
Anda a lua, tão devagar,
Que parece Nossa Senhora


Pelos silêncios a sonhar . . .            (Cecília Meireles)

2011/01/07

"O Amor...


É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!"
                                                  Cecília Meireles

2010/12/10

Motivo



Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada


(Cecília Meireles)